Não se apague minha luz

Não vou deixar que minha luz se apague sem antes clarear com ela o caminho de alguém. (Lívia De La Rosa)

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Não quero que ao final de minha jornada por esse mundo eu seja uma daquelas pessoas rabugentas e amarguradas, cheias de remorsos pelas coisas que deixaram de fazer ou pelas pessoas que deixaram de amar. Acho difícil que não me torne rabugenta. Na verdade, acho impossível! Rs. Mas ao menos amargurada, isso não quero ser. 

Quero que se lembrem de mim não apenas como alguém que tinha música na voz, ou poesia no papel, mas alguém que carrega-as dentro de minhas próprias células.

Já quis fazer música ou poesia pela fama; ingenuamente já quis fazer pelo dinheiro, já quis fazer por autoafirmação. Hoje em dia percebo que eu não as faço. Elas me fizeram. Elas me fazem. Cada vez que começo a escrever não sei exatamente o que virá. Tenho uma ideia, uma noção, um esboço. Mas ao passo que vou digitando ou escrevendo as palavras, um universo vai se formando. Um universo no qual eu nunca estive antes. Se me atrever a abrir os lábios, a magia de uma nova canção me tomará. Será como a sereia que encanta os pescadores. Mas nesse bote sou eu o pescador, o peixe, a rede. Menos a sereia. Pois é ela quem me toma. Eu não a tenho. Mas ela me possui.

Em alguns anos, tanto uma como a outra, me moldaram. Me induziram às minhas escolhas; me aproximaram de quem me amasse e de quem me rejeitasse; Me abriram as portas para o mundo. E eu pensando que estava indo em direção a elas. Que boba eu!

Acá estou já. Relendo velhos textos e tentando reconhecer em mim aquela poetisa de antes; aquela menina assustada, que debruçava em rimas suas conquistas, perdas e sonhos. E a encontro. Não sempre. Mas a encontro.

Ela está entre um suspiro e outro; entre um chacoalhar dos cabelos e um bocejo. Ela está na garota que deita de conchinha na cama, pensando que decoração escolher e também naquela que espera o momento do descanso para jogar alguma coisa. Eu gosto quando a encontro. Eu a admiro. Ela tinha a poesia e a música e tinha ainda a mágica.

Sim, pois a mágica mais poderosa é a do sorriso sincero e despreocupado. Hoje permanecem a poesia e a música. O sorriso também permanece, mas não mais livre de preocupação, não mais mágico. Então nas poesias e canções apareceu a crítica social, a batalha pela inclusão, as desilusões. Mas, está valendo. Afinal, ainda são poesias; ainda são canções.

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