Falar sobre autodescoberta... Sobre a busca da própria essência... Quem nunca se olhou no espelho e deixou de se reconhecer? Acredito que todos nós passamos por fazes assim. Nos procuramos em tudo o que fazemos e não nos encontramos. Sabe aquele período em que toda ideia legal que temos visualizamos outra pessoa realizando? Parece que entramos numa inércia, como se a própria gravidade nos pregasse naquele lugar. Nossa cabeça até pensa em correr e sair desse cenário, mas nosso corpo não obedece. Já passei muito por isso. Antes, achava que isso só fazia relação com as coisas que eu estava realizando. Como não me realizavam, pensava que era apenas uma circunstância - realizar algo em que não me encontrava. Mas, passado um tempo, tenho concluído que não basta apenas nos encontrar no que realizamos. Precisamos nos encontrar em nós mesmos. Precisamos nos reconhecer em nós. Precisamos afirmar à nossa consciência que nossa essência não mudou; que estamos ali, que nossa força ainda é relevante, que o cenário não nos arrancou de nós mesmos.
A mudança - e até mesmo o amadurecimento - é válida, necessária e inevitável. Isso é algo inerente ao ser humano. Mas por mais que mudemos, e que saibamos ser esse um processo natural e intrínseco a nós, se faz necessário o autoconhecimento e, mais do que isso, o autorreconhecimento. Se de alguma maneira nos parecer que não estamos mais lá, perdemos o foco, o sentido, a esperança. E esse movimento é constante.
Isso não te parece coisa da tal Metanoia? Mas ainda nem completei 30! Uma pessoa, de uma outra crença que a minha, uma vez me disse que eu tenho um espírito antigo. Apesar de ter outra fé, eu entendi exatamente o que aquela frase significava. Claro que isso até envaideceu-me um pouco, pois traduzindo o que ela disse para o "evangeliquês", naquele momento ela estava me reconhecendo como uma pessoa com certa maturidade espiritual. A amiga estava somente sendo generosa em seu comentário, quando, na verdade, a cada dia tenho descoberto como sou menina para as coisas da vida e para as coisas de Deus. E fico pensando se um dia terei algo importante para ensinar aos meus filhos, netos e, quiçá, bisnetos. Imagine: a jovem que queria mudar o mundo pensando se vai conseguir ensinar algo bom para os seus. Talvez a vaidade tenha se ausentado de mim por um tempo... E não é baixa auto-estima, como algum de vocês pode estar pensando. Tenham certeza. Esta eu conheço bem também. É um reconhecer-se frágil, mesmo sabendo que é forte; um saber qual é o caminho, mas não ter certeza de onde ele te levará. Portanto, está mais para um autoconhecimento, uma busca por mim mesma e até uma confissão de minhas pequenices...
Sou só eu? Ou alguém por aí também está se sentindo assim?
"Algum dia, em qualquer parte, em qualquer lugar, indefectivelmente, encontrar-te-ás a ti mesmo e essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga das tuas horas." (Pablo Neruda)
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