Colocando o pé na água
Não raramente, me deparo com situações pelo menos constrangedoras, em que pessoas curiosas demais pela minha vida especulam ao máximo para saber sobre ela. Entre outras áreas, uma das áreas que mais me perguntam é a financeira. Sempre tem algum curioso tentando me furtar alguma informação, ou do meu marido. Isso é bem desagradável. Eu percebo, no entanto, que existem alguns fatores em nós que parecem despertar tal atitude. A começar do fato de o Hiuri ser cadeirante e eu andante. Isso parece aguçar a sensibilidade das pessoas em nos notar por onde quer que passemos. E então, surgem as mais indiscretas perguntas sobre o que fazemos, como ganhamos a vida, etc. E como não havíamos ainda nos encontrado profissionalmente em algo que nos desse vontade de assumir e dizer de boca cheia que era nossa profissão, ficávamos tímidos e falávamos quase sussurrando: eu, que era funcionária pública, auxiliar administrativo, e o Hiuri, que era aposentado. O fato de não termos uma formação superior nos assombrava um pouco e o foco sempre na música e nas artes, aos olhos dos outros não faziam muita diferença se o assunto era finanças. Bem, pra ser bem sincera, nem aos nossos, já que não chegamos a viver profissionalmente da música.
Cansada de me sentir um peixe fora d’água em meu trabalho, resolvi que sairia e tentaria trabalhar com outra coisa. A primeira tentativa foi como consultora de beleza na empresa Mary Kay. Nessa empresa aprendi muito sobre como construir o próprio negócio. Como era minha primeira tentativa, creio que aprendi mais sobre o que não fazer do que sobre o que fazer. Mas o autoconhecimento é algo que não tem preço. Descobri um talento que eu já havia
percebido noutro momento, mas que estava adormecido por um bom tempo: o de perceber as necessidades das pessoas. Descobri que poderia me sair bem com vendas de qualquer produto já que conseguia discernir a vontade do cliente e suas necessidades.
Hoje quando me perguntam qual é minha profissão, eu já sei a resposta (e respondo com a mais absoluta certeza): Minha profissão é Empreender. Empreender profissionalmente; empreender na minha vida pessoal, empreender nos relacionamentos, nos meus hobbies, enfim, empreender minha vida. É difícil gostar de tudo. É quase como não gostar de nada. Mas tenho descoberto no Blog uma oportunidade de reunir tudo que gosto e tudo em que acho que sou boa, ou que posso desenvolver. E sabem do que mais? Meu marido tem a mesma resposta para essa mesma pergunta. Isso não é demais?
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